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domingo, 22 de abril de 2007

POTRAA

Foi recentemente apresentado pelo Governo Regional o Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA).
Este plano que está neste momento em consulta publica mais não é que um instrumento orientador do turismo nas nove ilhas dos Açores definindo e orientando espaços e locais com maior atractividade turística, assim como sugerindo e definindo roteiros e produtos específicos para cada uma das ilhas.
Este documento foi elaborado por uma Comissão Mista composta por Organismos do Governo Regional, Municípios, Universidade dos Açores, Câmaras de Comercio, Federações Agrícolas e Organizações Ambientais entre outras.
No que diz respeito ao Pico o documento refere que os principais produtos turísticos a tirar partido e a explorar são a baleia, a natureza, vulcanismo, montanha, a vinha e o vinho.
Em relação ao aumento do número de cama no Pico que neste momento ronda as 400 o plano prevê um aumento para 1060 até ao ano 2015 ou seja num espaço temporal de 10 anos.
O plano também identifica zonas nas ilhas com maiores potencialidades para o desenvolvimento turístico e no caso da nossa ilha foi definida a faixa entre São João e a Silveira além de grande parte da costa sul.
Finalmente na parte que diz respeito à criação e melhoria de infrastruturas destaca a criação do Porto de Recreio das Lajes para apoiar a observação de cetáceos e o desenvolvimento e reforço do turismo náutico em complementaridade com a Marina da Horta.
Depois de analisar o plano penso que se trata de um bom documento que vem ajudar e clarificar várias situações.
No que diz respeito ao nosso concelho é muito favorável e benéfico tanto que já provocou reacções negativas das outras autarquias da ilha nomeadamente do presidente da Câmara da Madalena dizendo que "não é perceptível e muito menos aceitável que apenas a costa sul seja contemplada como a zona de maior potencialidade turística".
Bem com esta afirmação parece que vamos ter mais uma vez guerrilha interna entre os concelhos em vez de nos unirmos e nos defendermos como ilha que somos.
Vamos a ver se a política vai mais uma vez interferir com a razão e os dados técnicos e os estudos que levaram a execução deste plano.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Teatrinhos...

A decisão de se construir um edifício de raiz para fins culturais com capacidades técnicas, logísticas e físicas parece que já a muito foi tomada não apenas por este executivo camarário mas também pelos anteriores executivos presididos pelo Eng. Cláudio Lopes.
Ao longo deste tempo várias foram as designações e projectos para a sua execução. Começando numa primeira fase por se chamar de Auditório Municipal das Lajes do Pico depois numa segunda fase Casa das Artes e finalmente chegamos agora ao Teatro Municipal da Lajes do Pico.
O único ponto comum ao longo destes anos foi a localização. Sempre foi referido o terreno entre a casa da "Maricas Tomé" e os Correios. Contudo ao que diz respeito ao projecto de arquitectura já vão em três com todos os encargos financeiros que daí advém.
Aqui são apresentados os dois últimos projectos, o actual cujo autor é o arquitecto Nuno Lopes tem provocado muitas opiniões contra a sua execução pois muitos consideram ser uma arquitectura demasiado modernista e inovadora para aquela zona da Vila sem falar no custo da mesma.
O projecto anterior a este e que se pode observar nas três primeiras fotos é da autoria do arquitecto Rui Pinto e embora seja também de linhas modernas acho que apesar de todo enquadrava-se mais na zona pois tem apenas um corpo, uma fachada dupla com falsas janelas e portas que esconde a fachada principal em painéis de vidro, mantendo assim um alinhamento das estruturas da rua, finalmente o tecto composto por várias cobertas a fazer lembrar as nossas características águas furtadas ou torrinhas.
Em minha opinião já que a estratégia da Autarquia passa por construir um Teatro Municipal naquele lugar e disso penso que já não restam muitas dúvidas a escolher entre as duas opções a do arquitecto Rui Pinto seria a mais adequada, embora actualmente na nossa terra existam jovens arquitectos que decerto fariam um bom trabalho se para tal fossem convidados pela Autarquia.

sábado, 7 de abril de 2007

Passos

Estamos já a terminar a época Pascal e com ela vem à memória várias tradições relacionadas com este período, algumas ainda resistem ao tempo outras nem por isso.
Neste período quaresmal várias eram as procissões que se realizavam na nossa Vila mas de todas aquela que maior número de fiéis trazia a Vila era a dos Passos que remonta ao século XVII introduzida pelos Franciscanos e promovida pela Irmandade da Santa Casa da Misericórdia.
Ligado a esta procissão está os Passos cuja datação, remonta ao século XVII/XIX, assumem um papel de destaque na referida procissão. Estes pequenos nichos situam-se em vários pontos da vila, existindo actualmente apenas quatro, em razoável estado de conservação mas era de importância que se coloca-se uma pequena placa bilingue a identificar este património para quem nos visita ficar informado pois trata-se da única Vila da ilha e das poucas nos Açores que tem este tipo de construção.
Também é necessário que se conserve e restaure na medida do possível estas estruturas como esta da imagem cuja parede que o alberga parece que está em risco de cair. No dia de Passos, estes altares eram habitualmente embelezados com flores e verduras e quadros com as cenas dos Passos de Jesus trazidas da Igreja de São Francisco. A procissão percorria a vila em penitência e oração realizando assim a Via Sacra de Cristo, cantando e rezando o Pai Nosso e a Avé Maria, tradição que hoje desapareceu.
Oração da procissão dos Passos:

Recebei estes meus passos,

Ó meu amável Jesus.

Permita que vos ajude

A levar a Vossa cruz

E que por ela consiga

Dos meus pecados perdão,

A Vossa graça, Senhor,

E a eterna salvação.

Que depois deste desterro

Eu vos vá ver, ó Jesus,

No feliz reino da glória

Cercado da eterna luz.