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terça-feira, 15 de maio de 2007
Almagreira
Muito mudou em cem anos, uma visão que nos faz pensar no passado mas também no nosso futuro.
6 comentários:
Anónimo
disse...
Realmente as diferenças são enormes hoje a Almagreia é uma das zonas da ilha com um dos parques habitacionais mais recentes.A imagem é deveras muito bonita e interessante.
Negro do basalto, dos muros, das casas, dos xailes e das saias Em luto permanente. Morreu um filho, um irmão, um pai? Não chegou a conhecer o avô... Duas cabeças espreitam por uma janela, a mulher tem um lenço e o marido um chapéu, por causa do sol. O calor do Verão aperta e os milhos precisam de ser apanhados Os cestos de vime, empoleirados nas paredes, já há muito que aguardam as maçarocas. Abrem as suas bocas famintas e, tal como os figurantes, pacientemente, esperam. Sente-se um cheiro a erva seca das bermas e um travo a poeira seca da estrada. Mas porquê estão tão vestidos? Não estarão com calor? Dois grupos de pessoas, cada qual do seu lado da rua, examinam-se. Não são de cá? Nada de misturas com estas gentes do Soldão. Ou das Roças. De bordões na mão, afastam-se do meio do caminho. Dir-se-ia que algo de cerimonial vai acontecer. A visita do sr. doutor a um doente, a do sr. padre a um moribundo, ou irão, apenas, “mercar” milho por peixe? Não, não me parece... As crianças colam-se às mães. Os olhares são tímidos e baixos. Uma viúva, impaciente pela espera, espreita o fotógrafo. Que calor... Com uma mão terna afaga a criança e com os lábios sussurra uma oração. Algo está prestes a acontecer ....
6 comentários:
Realmente as diferenças são enormes hoje a Almagreia é uma das zonas da ilha com um dos parques habitacionais mais recentes.A imagem é deveras muito bonita e interessante.
Excelente fotografia!
E qualquer comparação com a Almagreira actual...
E ainda dizem que estamos parados no tempo... Grandes diferenças...
Ainda sou do tempo em que o caminho da Almagreira era de lajes de pedra e muitos dos homens usavam alparcas,hoje isso é uma miragem.
Seria interessante para aqueles que gostam de "reliquias", se o autor do blog informa-se, caso seja possivel, a data da foto.
Ficariamos muito gratos.
Enigma de negro
Negro do basalto, dos muros, das casas, dos xailes e das saias
Em luto permanente.
Morreu um filho, um irmão, um pai? Não chegou a conhecer o avô...
Duas cabeças espreitam por uma janela,
a mulher tem um lenço e o marido um chapéu,
por causa do sol.
O calor do Verão aperta e os milhos precisam de ser apanhados
Os cestos de vime, empoleirados nas paredes, já há muito que aguardam as maçarocas.
Abrem as suas bocas famintas e, tal como os figurantes, pacientemente, esperam.
Sente-se um cheiro a erva seca das bermas
e um travo a poeira seca da estrada.
Mas porquê estão tão vestidos?
Não estarão com calor?
Dois grupos de pessoas, cada qual do seu lado da rua, examinam-se.
Não são de cá?
Nada de misturas com estas gentes do Soldão.
Ou das Roças.
De bordões na mão, afastam-se do meio do caminho.
Dir-se-ia que algo de cerimonial vai acontecer.
A visita do sr. doutor a um doente,
a do sr. padre a um moribundo,
ou irão, apenas, “mercar” milho por peixe?
Não, não me parece...
As crianças colam-se às mães.
Os olhares são tímidos e baixos.
Uma viúva, impaciente pela espera, espreita o fotógrafo.
Que calor...
Com uma mão terna afaga a criança
e com os lábios sussurra uma oração.
Algo está prestes a acontecer ....
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